domingo, 9 de outubro de 2011

AS DUAS MULHERES E O CÉU - CONTO AFRICANOu


Mulher Negra
No começo dos tempos, a distância entre o céu e a terra era bem pequena : não passava da altura de uma girafa.
Certo dia , numa aldeia africana, duas mulheres estavam com os seus pilões amassando grãos de trigo. As duas não paravam de falar. Era fofoca atrás da outra. Uma delas, empolgou-se muito com o falatório, levantando o pilão tão alto que fez um furo no céu.
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! - gritou o céu.
Tão animada com a conversa estavam as duas mulheres, que não ouviram o grito.
Acontece que não parou por ai. O espaço celeste começou a ganhar furos e mais furos porque as duas mulheres, tão empolgadas com conversa , não perceberam que os seus pilões rasgavam o céu, que continuava a gritar.
Lá em cima , o tapete azulado chorou, berrou e nada adiantou e nada adiantou. Finamente, tomou uma decisão:
- Assim não dá mais , vou me afastar da terra o máximo que puder.
Subiu , subiu o mais alto que pôde. Quando chegou lá no topo do mundo, sossegou:
- Aqui esta tão bom. Ninguém mais vai conseguir me furar. 
Todos os furos que as duas mulheres fizeram nunca mais fecharam. Os africanos dizem que esses furos podem ser vistos durante a noite : são as estrelas do céu.


Irene no Céu
(Autoria: Manuel Bandeira)
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença                                                                    2
Irene(Autoria: Caetano Veloso)
Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui
Eu não tenho nada, quero ver Irene rir
Quero ver Irene dar sua risada
Quero ver Irene dar sua risada
Irene ri, Irene ri, Irene
Irene ri, Irene ri, Irene
Quero ver Irene dar sua risada

sábado, 20 de agosto de 2011

UMA HISTÓRIA SOBRE RESPEITO E AMIZADE: A ÁRVORE GENEROSA


Do original de Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino
Era uma vez uma Árvore que amava um Menino. 
E todos os dias, o Menino vinha e juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei.
E com a Árvore, brincava de rei da floresta.
Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos!
Comia seus frutos.
E quando ficava cansado, o Menino repousava à sua sombra fresquinha.
O Menino amava a Árvore profundamente.
E a Árvore era feliz!
Mas o tempo passou e o Menino cresceu!
Um dia, o Menino veio e a Árvore disse:
"Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus
galhos, repousar à minha sombra e ser feliz!"
"Estou grande demais para brincar", o Menino
respondeu. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro.
Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade,
então terá o dinheiro e você será feliz!"
E assim o Menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e
levou-os embora.
E a Árvore ficou feliz!
Mas o Menino sumiu por muito tempo...
E a Árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o Menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a
sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu
tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz".
"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino.
"Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos, pra isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", a Árvore disse. "Mas corte meus
galhos, faça a sua casa e seja feliz."
O Menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os
embora pra fazer uma casa. 
E a Árvore ficou feliz!
O Menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no
dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "Venha brincar!"
"Estou velho para brincar", disse o Menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe.
Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", a Árvore disse.
"Viaje pra longe e seja feliz!"
O Menino cortou o tronco, fez um barco e viajou. 
E a Árvore ficou feliz, mas não muito!
Muito tempo depois, o Menino voltou. 
"Desculpe, Menino", a Árvore disse, "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o Menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", a Árvore disse.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", a Árvore disse.
"Estou muito cansado e já não sei subir", falou o Menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe
oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe..."
Já não quero muita coisa", disse o Menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."
"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria."
"Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar."
"Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o Menino fez. E a Árvore ficou feliz!


Postado por Maria Maranhão: Brincante, Cantante, Contadora, Arte-Educadora.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

FESTIVAL DE INVERNO DE PARANAPIACABA 2011


Pela primeira vez
Eu fui a esse lugar
Nunca pensei que Havia
Nunca pensei estar lá
Agora que o  Conheci
Difícil é não voltar lá!


No dia 16/07/11 pisei pela primeira vez em terras Paranapiacabenses. Confesso que fiquei muito curiosa com a história dessa vila. Essa experiência nos foi ofertada pela Prof.ª e Contadora de histórias Rose Faria, que no trajeto, nos contou a história do lugar. Íamos (eu e Renata) para uma experiência inédita com a narrativa de histórias. Ela nos contou do frio que faz no inverno, e eu não levei agasalho.
 Qual não foi a nossa surpresa! -  O sol permaneceu quente, agradável e luminoso, como se quisesse coroar nossa experiência.
 Visitamos o lugar com o olhar aguçado, embalado  pelas palavras da Prof.ª que ia desvendando aos poucos cada recanto, cada detalhe, enriquecendo nossa experiência. Visitamos a casa do Waldeck de Garanhuns (Contador e Cantador de Histórias que mantém uma espécie de Museu residência), onde expõe um pequeno acervo de memórias do cordel (artesanato, brinquedos, bonecos, fantoches, quadros, livros, revistas... e... exemplares de cordel). Foi demais!!!

A Biblioteca se revelou um lugar aconchegante, com um espaço brincante e aberto ao encantamento pela palavra. Esse foi o espaço para a grande experiência: Contar histórias para os visitantes pequenos e grandes. Foi muito bom mirar os olhinhos curiosos e as expressões encantadoras de pais e filhos embalados pelo som da história da “Periquita e o Cachorro do Mato (Maria Maranhão)” e “Longe é um lugar que não existe (Renata)”. Vanessa contou uma história que ela mesma escreveu. Foram histórias de muitas viagens e muitas penas. Pois não é que penas voaram para povoar os sonhos de meninas e meninos reais e também aquelas que ainda habitam em nós?
O público foi conquistado pelas histórias que ali foram redimensionadas, para compor o acervo de acontecimentos do Festival de Inverno de Paranapiacaba. Inesquecível, pelo lugar, pelas histórias, pelo encontro com as pessoas, com a arte, com a cultura. Voltarei lá!!!


Maria Maranhão: Contadora, Cantante, Brincante...

domingo, 17 de julho de 2011

FLOR DE MAMULENGO


FLOR DO MAMULENGO (Babi Fonteles)

EU SOU A FLOR DO MAMULENGO
ME APAIXONEI POR UM BONECO
E ELE "NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
E ELE "NECO"

ESTOU COM OS NERVOS À FLOR DO PANO
DE DESENGANO VOU TER UM TRECO
E ELE "NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
E ELE "NECO"

SE NO TEATRO EU NÃO TEATRAR
BONECO EU JURO VOU ME ESFARRAPAR
EU NÃO CONSIGO VIVER SEM TEU DENGO
MEU MAMULENGO

E ELE "NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
"NECO" DE SE APAIXONAR
E ELE "NECO"

CONTANDO HISTÓRIAS EM PARANAPIACABA



Pela primeira vez
Eu fui a esse lugar
Nunca pensei que Havia
Nunca pensei estar lá
Agora que o  Conheci
Difícil é não voltar lá!
No dia 16/07/11 pisei pela primeira vez em terras Paranapiacabenses. Confesso que fiquei muito curiosa com a história dessa vila. Essa experiência nos foi ofertada pela Prof.ª e Contadora de histórias Rose Faria, que no trajeto, nos contou a história do lugar. Íamos (eu e Renata) para uma experiência inédita com a narrativa de histórias. Ela nos contou do frio que faz no inverno, e eu não levei agasalho. Qual não foi a nossa surpresa! -  O sol permaneceu quente, agradável e luminoso, como se quisesse coroar nossa experiência. 
Visitamos o lugar com o olhar aguçado, embalado  pelas palavras da Prof.ª que ia desvendando aos poucos cada recanto, cada detalhe, enriquecendo nossa experiência. Visitamos a casa do Waldeck de Garanhuns (Contador e Cantador de Histórias que mantém uma espécie de Museu residência), onde expõe um pequeno acervo de memórias do cordel (artesanato, brinquedos, bonecos, fantoches, quadros, livros, revistas... e... exemplares de cordel). Foi demais!!!

A Biblioteca se revelou um lugar aconchegante, com um espaço brincante e aberto ao encantamento pela palavra. Esse foi o espaço para a grande experiência: Contar histórias para os visitantes pequenos e grandes. Foi muito bom mirar os olhinhos curiosos e as expressões encantadoras de pais e filhos embalados pelo som da história da “Periquita e o Cachorro do Mato (Maria Maranhão)”, “Longe é um lugar que não existe (Renata)” e "Melancia e Côco Verde (Adriana)". 
Vanessa contou uma história que ela mesma escreveu. É preciso coragem para contar uma história. É preciso muita coragem para contar uma história que é sua!
Foram histórias de amor, de viagens e muitas penas. Pois não é que as penas voaram para povoar os sonhos de meninas e meninos reais e também aquelas que ainda habitam em nós?
O público foi conquistado pelas histórias que ali foram redimensionadas, para compor o acervo de acontecimentos do Festival de Inverno de Paranapiacaba, para compor também a caminhada que essas contadoras iniciaram. Inesquecível, pelo lugar, pelas histórias, pelo encontro com as pessoas, com a arte, com a cultura. Voltarei lá!!!



sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA"

             A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em entrevista aoTED.com, fala sobre o perigo de uma história única.
             O PERIGO DOS RÓTULOS, DOS CONCEITOS ESTEREOTIPADOS
Esses processos se apreendem dentro de casa, na família.  O olhar da mãe é o primeiro a nos constituir. Só nos reconhecemos como um ser para além da mãe a partir deste primeiro olhar fundador. O primeiro mundo privado que habitamos, o de dentro de casa,é onde, desde pequenos iniciamos o nosso embate com as histórias únicas. Os pais costumam rotular seus filhos de modo negativo:  Aquele é inteligente, aquele é preguiçoso e o outro é egoísta, o mais provável é que esses filhos cumpram  profecias ditas por seus pais. 
     O  que  sempre foi, pode ser desconstruído, caso contrário seguiremos reproduzindo  falas e atribuindo conceitos estereotipados sobre meninos e meninas. Como poderia ser diferente?
     Aquilo que nossos pais pensam sobre nós é o que constitui a narrativa da vida de cada um. Ela será nossa marca para sempre. 
      Como caminhar para o vir a ser se somos aprisionados antes de nossos primeiros vôos? Como exercitar diferentes performances se já estamos marcados e condenados a sermos o resultado das narrativas que permeiam o senso comum? 
     O que temos hoje são meninos e meninas que se desenvolvem tropegamente com estereótipos fechados sobre si mesmos.  Arrastam esses estigmas como constituinte de sua natureza, de sua essência humana.  
     A escola poderá ser o o espaço que intermediará a quebra desse olhar. É nesse espaço público que nós, educadores, somos chamados a promover a descoberta de novos modos de  a criança, o adolescente se perceberem no mundo, na comunidade, na família, de um jeito inédito,  caso contrário, viveremos à sombra de estereótipos sedimentados, maléficos, que destroem a possibilidade de formar cidadãos com possibilidades concretas de construir uma sociedade que valorize a história de cada um. 
     O problema é que, a escola, muitas vezes, faz o caminho contrário, ela ajuda a sedimentar  ainda mais os rótulos familiares, e por vezes cria outros tão maléficos quanto – com sentenças como: “este é inteligente”, “aquele é burro”, “o outro violento”, “aquele não tem jeito”, “este é um caso perdido”, "as famílias são todas iguais".      A história única na família e na escola é o ato mais covarde cometido por pais e professores que não sabem o que fazem – ou sabem, mas não conseguem ou não querem fazer diferente. Educar é ampliar as possibilidades narrativas da vida de cada um e da vida dos outros.
     De certo modo, crescer é tornar-se capaz de quebrar a sucessão de histórias únicas sobre a nossa existência. 
     Seria interessante nos deixar provocar por este vídeo e confrontar nossas escolhas pessoais, crenças, valores, hábitos, nas diferentes relações que mantemos no trabalho, na vida, diante do conhecimento do outro, da crença do outro, da formação do outro, da cultura do outro. Acesse o link e compartilhe de um novo posicionamento diante da vida.


sábado, 4 de junho de 2011

FORMAÇÃO NUNCA É DEMAIS

Junho inicia-se carregado de emoções na Biblioteca Nair Lacerda (Santo André). É que no dia 04/06, aconteceram as apresentações do curso "Era uma vez...Uma História de muitas histórias". Confira no folder organizado pela professora e mentora do curso, Rose Faria.
Ah!... É claro que eu também estava lá!

Era uma vez...Uma história de muitas histórias

Apresentação

Segundo Paulo Freire, “educamos e nos educamos uns com os outros” e partindo deste princípio, idealizei este curso, Gostaria de fazer dele um espaço de discussão sobre o ato de contar histórias, da importância deste ato, de seu poder transformador.
Para concretizá-lo, precisei levar em conta os saberes de cada um, e suas próprias histórias. Discutimos, observamos, exercitamos a leitura de mundo, contamos e ouvimos histórias, confeccionamos fantoches, inventamos, criamos e recriamos, registramos, dialogamos, refletimos e tivemos a oportunidade de nos perceber mais através da percepção do outro, no compartilhar com o outro.
O que apresentaremos, é parte do que construímos juntos, mas há tanto o que fazer ainda, há tanto o que buscar. São tantos os desafios, tantos horizontes a se vislumbrar...
Este curso que carinhosamente prefiro chamar de encontro é dedicado às pessoas apaixonadas, pelas histórias, pelos livros, pelas pessoas e suas histórias... Pela vida.

Programação

Data: 04 de junho de 2011
Horário: 9 h
Local: Biblioteca Nair Lacerda
Praça IV Centenário, s/nº 

1ª História: A menina enterrada viva
Versão de Câmara Cascudo
Narradora: Maria Maranhão

2ª História:  O Pote vazio
Autor: Demi
Narradoras: Ana Márcia Martins
                    Fabiana Magnani
                    Fernanda Rodrigues
                    Joselita Martins
                    Miria Mei

3ª História: O Linguado Linguarudo
Autor: Paulo Debs 
Narradoras: Ana Paula Meireles
  Andrea de Sena
  Angélica Noffs
  Antonia Coleta
  Elizete Souza
  Karina Saraiva
              
4ª História: A caligrafia de dona Sofia
Autor: André Neves
Narradoras: Edna Alves
                    Fernanda Silveira

5ª História: Longe é um lugar que não existe
Autor: Richard Bach
Narradora: Renata Brito

6ª História: Guilherme Augusto Araújo Fernandes
Autor: Mem Fox
Narradoras: Fátima Simões
                    Simone Jarkovs

7ª História: Léo e Albertina
Autora: Christine Davenier
Narradora: Sandra Neves

8ª História: Duas Amigas
Autora: Roseana Murray
Narradoras: Adriana Santana
                    Áurea Rosa
                    Thamires Alves

9ª História: A.moça tecelã
Autora: Marina Colasanti
Narradoras: Alexsandra de Andrade
                    Fabiana Aguilar

10ª História:  O pedacinho de carvão
Autor:  Lemon Snicket
Narradores: Adriana Ramos
                     Fabiana Cardoso
                     Lucilene Santos
                     Magda Procópio
                     Roberta Amaral
                     Silvio T. Corrêa

11ª História: “Ibejis” lenda Ioruba
Narradores: Aileen Rosik
                    Pablo Rezende
                    Rubens Antelmo
                    Vanessa Deguti

12ª História: Coco Verde e Melancia
Versão de Ricardo Azevedo
Narradoras: Fran Martins
  Jaqueline Leme
  Luciana Castro
  Orzélia Fonseca
  Rosângela Cuencas
  Zíbia Pessoa
Violão: Maria Maranhão

13ª História: O cavaleiro do sonho
As aventuras  e desventuras de Dom Quixote de La Mancha
Autora: Ana Maria Machado
Narradora: Julia Bayarri

Agradecimentos
Glaucia Saspadini Lanzoni- Gerente de Bibliotecas
Maria Inês de Carvalho Marques- Assistente Cultural
Luis Carlos de Lima- Auxiliar de Biblioteca
Maria Aparecida Ferreira da Silva- Auxiliar de Biblioteca
Rogério Cavalcanti da Silva- Auxiliar de Biblioteca
Tony Soares


Realização
Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo
Prefeitura de Santo André


    

sábado, 14 de maio de 2011

UMA MEMÓRIA DA INFÂNCIA


Curso de Verão - PUC/SP
A MENINA ENTERRADA VIVA
Luís da Câmara Cascudo

            Era um dia um viúvo que tinha uma filha muito boa e bonita. Vizinha ao viúvo residia uma viúva, com outra filha, feia e má. A viúva vivia agradando a menina, dando presentes e bolos de mel. A menina ia simpatizando com a viúva, embora não se esquecesse de sua defunta mãe que a acariciava e penteava carinhosamente. A viúva tanto adulou, tanto adulou a menina que esta acabou pedindo que seu pai casasse com ela.
            - Case com ela, papai. Ela é muito boa e me dá mel!
            - Agora ela lhe dá mel, minha filha, amanhã lhe dará fel! - respondia o viúvo.
            A menina insistiu e o pai, para satisfazê-la, casou com a vizinha. Obrigado por seus negócios, o homem viajava muito e a madrasta aproveitou essas ausências para mostrar o que era. Ficou arrebatada, muito bruta e malvada, tratando a menina como se fosse a um cachorro. Dava muito pouco de comer e a fazia dormir no chão em cima de uma esteira velha. Depois mandou que a menina se encarregasse  dos trabalhos mais pesados da casa. Quando não havia coisa alguma que fazer, a madrasta não deixava a menina brincar. Mandava que fosse vigiar um pé de figos que estava carregadinho, para os passarinhos não bicarem as frutas.
            A pobre da menina passava horas e horas guardando os figos e gritando – chô! passarinho! quando algum voava por perto. Uma tarde estava tão cansada que adormeceu e quando acordou os passarinhos tinham picado todos os figos. A madrasta veio ver e ficou doida de raiva. Achou que aquilo era um crime e no ímpeto do gênio matou a menina e enterrou-a no fundo do quintal. Quando o pai voltou da viagem a madrasta disse que a menina fugira de casa e andava pelo mundo, sem juízo. O pai ficou muito triste.
            Em cima da sepultura da órfã nasceu um capinzal bonito. O dono da casa mandou que o empregado fosse cortar o capim. O capineiro foi pela manhã e quando começou a cortar o capim, saiu uma voz do chão, cantando:

               Capineiro de meu pai!
               Não me cortes os cabelos...
               Minha mãe me penteou,
               Minha madrasta me enterrou,
               Pelo figo da figueira
               Que o passarinho picou...
               Chô! passarinho!

            O capineiro deu uma carreira, assombrado, e foi contar o que ouvira. O pai veio logo e ouviu as vozes cantando aquela cantiga tocante. Cavou a terra e encontrou uma laje. Por baixo estava vivinha, a menina. O pai chorando de alegria abraçou-a e levou-a para casa. Quando a madrasta avistou de longe a enteada, saiu pela porta afora, e nunca mais deu notícias se era viva ou morta.
            O pai ficou vivendo muito bem com sua filhinha.

OFICINA PARA NOVOS CONTADORES ACONTECE NA PUC janeiro de 2011

Curso de Verão 2011- PUC/SP
O Curso de Verão acontece a 25 anos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, promovido pelo CESEP(Centro de Evangelização e Educação Popular).
O Curso, que oferece formação para professores, arte-educadores,  militantes cristãos  e  lideranças populares, acontece todos os anos no mês de janeiro, promovendo um grande encontro entre diferentes culturas e   linguagens da arte. É nesse contexto criativo que está inserida a "Oficina para Contadores de Histórias". 
Sendo uma uma das três linguagens ofertadas pelo grupo "Arte com Criança", esta oficina, que é assessorada pela Contadora de Histórias "Maria Maranhão, acolhe pessoas de diferentes lugares do Brasil e América Latina. 
A trama é o envolvimento de cada um na perspectiva do trabalho com a criança. O tecido final, que percorre o fio das histórias, busca o encontro com a criança contemporânea, e tem como eixo ancestral a "tradição oral". 
O resultado do trabalho é coletivo, e permeia a história de cada um(a) que se dispõe a vivenciar a experiência da criança e o encontro com o poder sedutor das narrativas.
Confira:
http://www.cesep.org.br/





sábado, 2 de abril de 2011

PALAVRA EN-CANTADA NA PRAÇA


No dia 10 de abril a Cia "Palavra En-Cantada" estará contando histórias na Praça do Quarto Centenário. O Evento é uma iniciativa do "Sarau dos Amigos" que   acontece no  2º domingo de cada mês, a  partir das  14h. A  Brincante  e   Contadora  Maria Maranhão estará contando histórias de tradição oral e brincando com  a criançada e seus familiares.  Outros  brincantes  estarão  lá  animando  a  tarde  com  capoeira, jogos e brincadeiras do arco da velha. Haverá leitura partilhada de contos e poemas.
Divulgue este evento!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MARIA, MARINA E RUI ANIMAM MANHÃ NA BIBLIOTECA MUNICIPAL CORA CORALINA

Marina, Maria e Rui
       Em 19/07/2010, na Biblioteca Municipal Cora Coralina, com início às 11:00 hs, a contadora  Maria Maranhão, em companhia de Marina Bastos e Rui Dourado, encantaram as crianças e seus familiares com a bela história " As Três Penas" (Irmãos Grimm).
        Esse foi um momento cheio de encantamento, de viagens a mundos inimagináveis. Contar histórias nos aproxima das pessoas, da nossa ancestralidade e e nos permite evocar a presença do contador que existe em cada um(a), sobretudo, permite a quem ouve, de se apropriar do universo literário, de manter viva a memória de grandes autores, de reacender e valorizar a prática da tradição oral.