segunda-feira, 28 de agosto de 2023

DJAGUATAR

terça-feira, 9 de março de 2021

MÚSICA: OUÇA - VEJA - GRITE


A pandemia conecta sentimentos disparadores para observação da realidade produzindo processos reflexivos internos, externos e coletivos de empatia com todos os acontecimentos que produziram uma angústia coletiva. Esta canção mediada por tantos ecos.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

MEDIAÇÃO DE LEITURA: A MOÇA TECELÃ


sábado, 18 de agosto de 2018

A MAIOR CONTADORA DE HISTÓRIAS DO BRASIL ERA PARAIBANA


Luzia Tereza bateu recorde na arte de contar estórias

"A permanência em nossos dias da milenar arte de narrar,
    que nasceu com o homem e o tem acompanhado ao longo de sua existência, 
revela a importância das narrativas para o ser humano 
pela necessidade de reviver experiências
 e conviver com a fantasia" (PIMENTEL, 1995)
A maior contadora de estória do mundo era de Guarabira, PB
          
Contar estórias é diferente de contar histórias. Quem nasceu entre as décadas de 30 e 50, por exemplo, sabe muito bem sobre isso. Sabe o que é se reunir à noite no terreiro de casa para ouvir os mais velhos no exercício da milenar arte de narrar, que nasceu com o homem e o tem acompanhado ao longo de sua vida. Este artigo destaca a paraibana que bateu recorde na arte de contar estórias: Luzia Tereza.

“A permanência em nossos dias da milenar arte de narrar, que nasceu com o homem e o tem acompanhado ao longo de sua existência, revela a importância das narrativas para o ser humano pela necessidade de reviver experiências e conviver com a fantasia”, defende o pesquisador e escritor espanhol Fernando Savater.



Em consenso, vários pesquisadores afirmam que um escravo grego já liberto de nome Esopo foi um dos pioneiros na arte de narrar, por volta de 500 a.C., quando já circulava pela Grécia uma coletânea e fábulas esópicas.

Com o passar dos tempos, outro nomes se destacaram mundialmente na arte de contar estórias, como o francês Jean de La Fontaine, considerado “Pai da Fábula Moderna”. Ele é autor da famosa frase “sirvo-me dos animais para instruir os homens”, e também autor da obra “Fábulas”, que contém os contos “A cigarra e a formiga” e “A raposa e as uvas”.

Já o francês Charles Perrault foi o responsável pelo surgimento dos chamados ‘contos de fadas’. Os irmãos Grimm, Jacob e Wilhelm, da Alemanha, pesquisaram e adaptaram fábulas à literatura infantil dando origem a personagens como Branca de Neve, Rapunzel e João e Maria.

O dinamarquês Hans Cristians Anderson é outro nome famoso da literatura infantil – ele é autor do “Patinho Feio”. Em “Contos populares reunidos”, o português Gonçalo Fernandes Trancoso conta as “estórias de Trancoso”.

Em nosso país, escritores famosos como Monteiro Lobato, Câmara Cascudo e o guarabirense Rodrigues de Carvalho, por exemplo, têm mérito por preservarem as estórias que ouviram de anônimos, tendo, posteriormente, registrado isso em papel para a posteridade.

Há registro de muitos contadores de estórias famosos, mas a maior de todas foi dona Luzia Tereza. Natural de Guarabira (PB), ela nasceu no dia 15 de março de 1909 e residiu na zona rural da cidade.

Dona Luzia não teve infância comum, com diversão e brincadeiras. Aos oito anos começou a trabalhar no roçado ajudando o pai. E com a morte da mãe, teve que ajudar a criar os 15 irmãos menores. Ela teve uma vida de sacrifício e dificuldades, porém também tinha uma boa memória e a devida sensibilidade, elementos essenciais ao contador de estórias. Dona Luzia Tereza é considerada a maior narradora de estórias do mundo.

Boa parte das estórias que sabia, Luzia Tereza aprendeu no sítio onde morava. Havia ali as noitadas em que a vizinhança se reunia no terreiro, à luz da Lua e de candeeiros, para ouvir as estórias de dona Luzia.

Conforme Altimar Pimentel, pesquisador e folclorista da Universidade Federal da Paraíba, Luzia Tereza gravou em sua mente 236 contos, um recorde mundial, bem mais que os geniais irmãos Grimm que só conseguiram memorizar 220 contos populares.  

O que impressiona em Luzia Tereza é a expressividade de seu rosto, dos braços magros e longos, as mãos descarnadas que se erguiam ou que ela utilizava em gesticulações tão preciosas. A expressão corporal compunha com variações vocais, às inflexões apropriadas os movimentos mágicos e cativantes em que narrava. Os gestos desenhavam personagens e situações, evocavam imagens, delineavam seres e coisas. A velhinha calada, acanhada, tímida transmudava-se narrando estórias de príncipes, princesas e fadas: vivia cada personagens e colhia exemplos locais para melhor visualização da narrativa”, testemunha Altimar.

O público ouvinte de dona Luzia Tereza era composto, em sua maioria, por crianças. Atentas, elas ficavam felizes em ouvir as estórias e até pediam para repetir. “Conte outra vez”, diziam. Embaladas por uma narração singular, então, algumas delas até adormeciam e sonhavam com esse mundo literário.

Dona Luzia sofreu muito em vida. Ela passou seus últimos dias no Hospital Padre Zé, onde também amenizava as dores dos enfermos contando estórias. Seu único filho a abandonou muito cedo e dele não se teve mais notícias.

Católica fervorosa, seu último relato á professora Myriam Gurgel Maia foi angustiante: “Meu bom Jesus, eu não tenho ninguém nesse mundo. Se eu morrer, não deixo falta a ninguém. Eu sei que é pecado pedir pra morrer”. E nesse encontro, narrou sua última estória: “A menina dos cabelos de outro”. Era 26 de janeiro de 1983.

Com o intuito de preservar a arte da narrativa, o Núcleo de Pesquisas e Documentação Popular da UFPB desenvolveu o projeto ‘Jornada de Contadores de Estórias da Paraíba’ entre os anos de 1977 a 1983. A pesquisa resultou em dois volumes da obra “Estórias de Luzia Tereza”.

Citando o escritor Guimarães Rosa, o professor Vicente Barbosa também acredita que “as pessoas não morrem, as pessoas se encantam”. “Assim, no dia 31 de maio de 1983, dona Luzia Tereza se encantou e foi viver tranquila num reino encantado entre fadas, príncipes e duendes, longe da ambição e da maldade humana”, afirma Barbosa em homenagem póstuma a guarabirense Luzia Tereza. 
(Por Joseilton Gomes, com colaboração do professor historiador Vicente Barbosa)
FONTE: https://www.amazon.com.br/Estórias-Luzia-Tereza-Maior-Contadora/dp/8570622805

Contribuição deste Blog: Obras escrita pelo Folclorista Altimar Pimentel e publicadas pela Thesaurus Editora que armazenam as memórias da Contadora Luzia Tereza. 

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Onde encontrar: https://www.thesaurus.com.br

sábado, 7 de fevereiro de 2015

RÓI RÓI (ou Galinha Choca)

RÓI- RÓI

Brinquedo inventado por crianças e adultos vive ainda no imaginário de crianças dentro da gente, e das crianças que ainda tem no brincar uma dimensão viva da relação do encontro com o mundo, com o imaginário. Brinquei muito na minha terra Maranhão. De uns anos pra cá, morando no sudeste, descobri uma nova significação para o brinquedo: Adereço para sonoplastia na Contação de histórias. Para nós contadores que fazíamos o abrir de portas com um som gutural de imitação de rangidos...temos no Rói Rói o grande protagonista para abrir portas, portões, alçapões, mundos secretos, etc. 
O  rói-rói é um pequeno brinquedo confeccionado com uma caixinha cilíndrica, fechada numa das extremidades, de onde um pequeno cordão de sisal encerado com breu é ligado a um pedaço de madeira. Em movimentos giratórios, a fricção provoca um ruído que ressoa na caixinha, que funciona como amplificador. É um brinquedo muito popular em feiras e mercados públicos do Nordeste. Em alguns lugares é conhecido como Berra-Boi e Cigarra. Você encontra esse brinquedo no litoral, em casas de artesanato. Eu o reencontrei em Itanhaém, na Praia do Sonho. Aproveite..Vamos abrir todas as portas da imaginação. Acrescentei a esta postagem, algumas informações que encontrei no site: http://papjerimum.blogspot.com.br/2012/10/os-brinquedos-artesanais-do-nordeste.html
           Contadora de Histórias Maria Maranhão - 6/02/2015



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

KERITY, A CASA DOS CONTOS DE FADA


A Casa dos Contos de Fada - Ao se mudar para a casa de sua excêntrica tia, Natanael herda uma antiga coleção de livros infantis. Aos poucos, o menino descobre que a biblioteca serve também de abrigo para heróis e vilões de contos de fadas que estão em perigo, pois os pais de Natanael querem se livrar dos livros com a mudança. Em uma grande aventura, ele terá que salvar os personagens antes que desapareçam das histórias para sempre.
Trata-se de "KERITY, A casa dos contos de fada", um desenho animado francês cuja autora é Rebecca Dautremer. O filme que é pura magia...brinca de maneira ímpar, com a temática da leitura, dos mundos possíveis que ela nos abre, levando o público de qualquer idade à penetrar na fantasia, percorrendo a delicada performance do personagem, no enfrentamento dos desafios da trama. A beleza e a delicadeza das imagens ajudam a percorrer esse universo. Aqui um trechinho da história para apreciação:
Era uma vez um garotinho chamado Natanael...ele era muito inteligente, conhecia de cor o alfabeto, mas não conseguia unir as letras para poder formar as palavras, o que o deixava muito triste. Ele tinha uma tia que ele adorava chamada Eleonore, que passava horas narrando contos de fadas para embalá-lo. Esta, deixou como herança para ele a chave de um cômodo secreto da casa, onde ninguém nunca havia entrado antes...e nele penetrando Natanael teve uma grande surpresa.
Era uma imensa biblioteca, com as edições originais de Pinóquio, O Pequeno Polegar, Peter Pan e o Capitão Gancho, Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, Alice no País das Maravilhas, enfim as histórias de todos os heróis que povoam a imaginação infantil. E a surpresa foi ainda maior quando eles se materializaram saindo de seus livros, para pedir socorro a Natanael, pois devido a um feitiço se um ser humano não lesse a frase que estava inscrita na entrada da biblioteca até meia-noite todos eles iriam desaparecer para sempre dos livros e da memória de todos...
Imaginem a aflição do pobre Natanael, pois ele não sabe ler e além disto seus pais são obrigados a vender os valiosos livros ao vilão Pictout (Rouba Tudo) para pagar os estragos que a velha casa da tia Eleonore sofreu durante uma tempestade. Então a história se desenrola em torno da aventura de Natanael (que foi reduzido pela bruxa malvada ao tamanho dos personagens) que enfrente a hostilidade do mundo "dos grandes" para recuperar os livros e voltar a tempo à biblioteca, para tentar decifrar a frase salvadora, com a cumplicidade de sua irmã Angélica, do tio Adrien, e de todos os pequenos personagens dos contos. Mas felizmente o filme tem um final feliz, e na última badalada de meia-noite, ele consegue ler a frase :
"Ce n'est pas parce que c'est inventé que ça n'existe pas"!
("Não é porque algo é inventado que não existe"!)
 Vale a pena tentar encontrar, assistir...Por caso vi no canal pago. Foi um bom momento de sonho e magia para perceber o valor da leitura, da descoberta de outros mundos...recomendado para pequenos e grandes...