terça-feira, 26 de novembro de 2013

Garimpando Autores por aí...


Então... É só com o vizinho do lado
(Maria Inês Simões)

Cortaram a energia eléctrica,
 fornecimento de água... 
O esgoto fica no vaso. 
Mas para que o descaso? 
É só com do vizinho o atraso.
O cachorro late dia e noite. 
Deve ser fome, coitado... 
Mas o que é que tem??? 
É só com o vizinho... Amém!!!
A criança corre de medo... 
E não faz nenhum segredo... 
Quando come... Se almoça não janta... 
No frio se veste de folhas... 
Pegadas nas ruas... 
Frutas só em jornais... 
Aponta... “Olha o brinquedo!!!"... 
Não liga... É só com o vizinho o enredo.
A solidão é sentida... 
Na lamparina da madrugada... 
Na voz que sussurra...
 “Amiga... Isso passa... Não é nada!!!”. 
É só do vizinho a jornada.
Ele foi abatido... 
Falta emprego... 
Falta saúde... 
Falta dinheiro... 
Falta comida... 
E quem se importa com animal adestrado??? 
A ser indiferente, em seu próprio guisado... 
Mas... Então... 
É só com o vizinho do lado.
 
Moralidade... No final tudo dá certo?...
(Maria Inês Simões)
 
 
Na época dos reis, rainhas, moral, histórias e afins...
 
“Certo dia um rei passeando no jardim, ao lado de sua rainha, observou através de seu vestido transparente e esvoaçante, uma marca acima da mama... A marca lembrava um ato extraconjugal (uma chupada não real). O rei aparentemente constrangido reuniu seus conselheiros, na tentativa de obter ajuda e descobrir quem seria o secreto amante de sua soberana.
 
Após ouvir seus guias, aprovou a idéia de aproximar uma de suas conselheiras, para que esta se tornasse amiga íntima da rainha, e após ouvir as confissões da traidora, a escolhida a dedo contaria ao rei a história real da marca, acima da mama da sua primeira dama...
 
E assim chegamos ao quase final desta narrativa, rápida e esclarecedora.
 
A criada escolhida a dedo tornou-se amiga inseparável da esposa do rei. E descobriu, entre risos e confidências, que a chupada tinha sido executada em instantes frenéticos em busca de um orgasmo certeiro e traiçoeiro, entre rainha x mosqueteiro.
 
Porém, o inevitável havia acontecido... Em uma das partes, a amizade verdadeira se concretizou, e, só o fato de imaginar que a rainha poderia ser executada, a serva se arrepiava...
 
Chegando à hora de revelar o segredo, a criada escolhida a dedo já tinha tomado uma decisão, e relatou ao rei a sua versão sobre a origem da marca...
 
- Aconteceu assim meu rei: estava a rainha passeando pelo jardim dos bichos e alimentando os tucanos reais, de repente uma das aves atacou a realeza, bicando acima do peito real. Deixando a tal nódoa...   E, causando esta confusão e contusão além do normal.
 
O rei chamou a rainha, a qual relatou o outro lado da informação que até então...
 
- Meu rei... Fiz exatamente como me ordenou... Contei a conselheira os fatos que o senhor criou... Sobre a traição, o mosqueteiro... Enfim... Se ela resolveu ter pena de mim. Agora então é outra história que também merece ter um fim.
 
E o rei decretou:
 
- Na ciência de fatos passados, ninguém, a não ser o rei pode criar o que existe e o que não existe por todos os lados. Quanto a conselheira, serva, criada infiel... Mentirosa, traiçoeira que seja enforcada, sem mais histórias... Sem direito e sem nada”.
 

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Porque contar é preciso!

Neste sábado e domingo aconteceu o 1º Encontro de Contadores de Histórias de Sampa...
Estive lá para conferir, vivenciar e experimentar o sabor do encontro, das conversas, das cantorias...
Este encontro foi organizado pela Cia Paidéia de Teatro.

Na companhia de Salvador, Silvânia e João Mário, saboreamos as Oficinas e depois a deliciosa comida do Mercado Municipal de  Santo Amaro...O que as histórias fazem conosco...Nos arrastam pelos quatro cantos da cidade, para ver, ouvir e contar...

O Pobre Cocozinho...

O JARDINEIRO E O COCÔ


Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e mal-cheiroso, deixado no meio do pasto de uma quinta. Coitado do coco! Desde que aparecera no mundo que tentava conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:
- Blargh! Cheira mal! - diziam as crianças.
- Cuidado! Não pisem essa porcaria! - avisavam os adultos.
Um dia, vendo um homem aproximar-se dele pensou: “Mais um que vai gozar comigo”.
No entanto, o homem foi-se aproximando com um sorriso aberto no rosto e quando chegou perto do coco exclamou:
- Mas que maravilha! Que belo coco! É exatamente o que eu estou a precisar!
Esse homem era um jardineiro. E usando uma pá, com muito cuidado, levou o coco para um lindo jardim. Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira.
Alguns dias depois, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que tinha sido graças à sua força que uma magnífica rosa vermelha tinha brotado na roseira


O Pobre Cocozinho...


Ilustração: Biry Sarkis
Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e fedidinho, jogado no pasto de uma fazenda. Coitado do cocô! Desde que veio ao mundo, ele vinha tentando conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:
- Hum! Que coisa fedida! - diziam as crianças.
- Cuidado! Não encostem na sujeira! - avisavam os adultos.

E o cocozinho, sozinho, passava o tempo cantando, triste:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho
Eu não sirvo para nada
Ninguém quer saber de mim...

De vez em quando ele via uma criança e torcia para que ela chegasse
perto dele, mas era sempre a mesma coisa:
- Olha a porcaria! - repetiam todos.
Não restava nada para o cocô fazer, a não ser cantar baixinho:

Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho...

Um dia ele viu que um homem se aproximava;já imaginando o que ia acontecer, o cocozinho se encolheu."Mais um que vai me xingar", pensou. Mas... Oh! Surpresa! O homem foi chegando, abrindo um sorriso, e seu rosto se iluminou:
- Mas que maravilha! Que belo cocô! Era exatamente disso que eu precisava.O cocô nem acreditava no que estava ouvindo. Maravilha, ele? Precisando?
Aquele homem devia ser maluco!Pois aquele homem não era maluco, não. Era um jardineiro.
E, usando uma pá, com todo o cuidado, ele levou o cocozinho para um lindo jardim.
Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira. E, depois de alguns dias, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que, graças a sua força, a roseira tinha feito brotar uma magnífica rosa vermelha, bela e perfumada.
Quem é quem?
Rosane Pamplona, autora deste conto, foi professora de Língua Portuguesa em várias escolas e universidades. Atualmente escreve livros, conta histórias e forma professores.

Biry Sarkis faz ilustrações há 16 anos e já publicou dez livros. Trabalha regularmente para a revista Recreio, da Editora Abril.

Curiosidades Literárias



CURIOSIDADES LITERÁRIAS (pescadas da página "Fios Dourados da História"

A ORIGEM DOS CONTOS DE FADAS:"A BELA ADORMECIDA"

As histórias contadas as crianças eram apimentadas, com cenas fortes e violentas, até que alguns séculos depois, surgiram alguns escritores como Perrault e posteriormente os Irmãos Grimm que começaram a pegar essas histórias contadas oralmente pelo povo e começaram a modificar o enredo para transforma-las em histórias realmente infantis, os famosos contos de fadas com finais felizes como conhecemos hoje em dia.

Em relatos franceses e espanhóis do século 14 ao 16, os detalhes
de A Bela Adormecida arrepiam. O príncipe encantado já é casado e viola a princesa durante o sono. Ela tem dois filhos com ele, ainda dormindo, e é despertada não por um beijo, mas pela mordida de um dos filhos enquanto os amamenta. A sogra do príncipe descobre tudo e tenta matar e comer a princesa e as crianças bastardas.
No início do século 17, o italiano Giambattista Basile escreveu a Pentameron, com sua versão para A Bela Adormecida, intitulada O Sol, a Lua e a Tália. A princesa chamava-se Tália, e seus filhos Sol e Lua. Ela dorme após espetar o dedo, e é acordada quando o filho suga a farpa. A versão se assemelha à da tradição oral, com a diferença de que é a esposa do príncipe que manda matar a princesa. Já no fim do século 17, em Contos da Mamãe Gansa, Perrault publica A Bela Adormecida no Bosque, em que um príncipe, belo e solteiro, desperta a princesa. A versão popular hoje é dos irmãos Grimm, do século 19. A princesa pica o dedo no fuso, dorme cem anos e acorda com um beijo do príncipe encantado.

O filme da Disney foi lançado em 1959 e é baseado na versão de Perrault. A maior parte da trilha sonora do filme são adaptações das canções do balé de Tchaikovsky.

Abaixo segue a versão do italiano Giambattista Basile:

"Uma farpa de linho entra sob a unha da princesa Tália e ela imediatamente cai morta. O rei coloca sua filha em uma cadeira de veludo do palácio, tranca e parte para sempre, pra apagar a lembrança de sua dor. Algum tempo depois, um príncipe que estava por ali caçando, encontra Tália. Ele apaixona-se por sua beleza mas como não consegue acordá-la, a estupra e vai embora. Nove meses depois Tália dá a luz a gêmeos, Sol e Lua, mas continua adormecida. Um dia um dos bebês não encontra seu seio para mamar e coloca a boca no dedo da mãe e suga. Suga com tanta força, que extrai a farpa e faz despertar.

Um dia o príncipe lembra de “sua aventura” com Tália e resolve ir visitá-la. A esposa do rei descobre o caso e manda cozinhar as duas crianças e serví-las para o rei. Mas o cozinheiro prepara cabritos no lugar. Depois a rainha manda buscar Tália para lançá-la ao fogo, mas o p príncipe chega e lança a própria esposa no lugar de Tália. Ele casa-se com Tália e vive com ela e seus filhos..."