sábado, 17 de março de 2012

GARIMPANDO NOVIDADES!!!



Você que gosta de garimpar eventos, descobrir o que acontece de bom nessa cidade que fervilha cultura, acabo de descobrir esse sitio que está com "Oficinas de Arte Narrativas Visuais" e outras novidades. Veja o link abaixo, acesse e boas descobertas...Abç
http://www.emaklabin.org.br/



quinta-feira, 15 de março de 2012

PÉROLA DE MARINA COLASANTI


PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE
http://timblindim.wordpress.com/2008/01/30/flores-do-campo/ 
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de salto altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
COLASANTI, Marina


PEQUENAS HISTÓRIAS PARA PRESENTEAR AMIGOS


A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito de queijo, e ele provou que tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante 15 dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Sinhá Epídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o doutor Epaminondas abanou a cabeça : __ Não há nada a fazer, dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
ANDRADE, Carlos Drummond

CONTO DE TODAS AS CORES
Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris. Até que apareceu uma Comissão de Doutores - os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...Mas nós não nascemos - interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados! 
Mário Quintana



POUCO IMPORTA

LETRA E MÚSICA: Maria de Jesus C. Sousa

Desde a criação
a mulher vem trazendo a história
na mão.
Desde o nascimento
a mulher vai criando
seu testamento.
Sabedoria e dedicação
fazem parte do seu coração.
Com o pé na estrada
sabe o que quer...
O importante é saber,
é querer "ser mulher"...
Mesmo quando lhe
atiram pedras.
Mesmo quando
lhes rasgam palavras.
Mesmo quando
enfrenta o poder.
O que importa
é a mão
da mudança,
que trás esperança!
Coragem de quem
compreendeu
num mundo que não a entendeu.
Vai com força,
com graça,
com raça, com fé,
ser menina,
ser mãe,
SER MULHER!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

OFICINAS NO CURSO DE VERÃO - PUC

PUC - SP 15/01/12
A Arte-Educadora e Contadora de Histórias Maria Maranhão estará ministrando oficinas para contadores de histórias que atuam com crianças, na PUC de São Paulo, num evento organizado pelo CESEEP. Esse evento intitula-se "Curso de Verão" e, reúne especialistas em diferentes linguagens que atuam na formação de novas lideranças comunitárias. Serão nove dias onde assessores, artistas e artesãos de diferentes linguagens formam um grande mutirão para contribuir com a formação de educadores vindos de várias partes do Brasil e do mundo. Interagir de modo mais consciente buscando transformações na realidade social  e cultural, é apenas um dos objetivos de quem busca essa formação. Esse evento acontecerá de 09/01/12 a 16/01/12 das 8:00 às 17:00.
Acesse: http://www.cesep.org.br/



domingo, 9 de outubro de 2011

AS DUAS MULHERES E O CÉU - CONTO AFRICANOu


Mulher Negra
No começo dos tempos, a distância entre o céu e a terra era bem pequena : não passava da altura de uma girafa.
Certo dia , numa aldeia africana, duas mulheres estavam com os seus pilões amassando grãos de trigo. As duas não paravam de falar. Era fofoca atrás da outra. Uma delas, empolgou-se muito com o falatório, levantando o pilão tão alto que fez um furo no céu.
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! - gritou o céu.
Tão animada com a conversa estavam as duas mulheres, que não ouviram o grito.
Acontece que não parou por ai. O espaço celeste começou a ganhar furos e mais furos porque as duas mulheres, tão empolgadas com conversa , não perceberam que os seus pilões rasgavam o céu, que continuava a gritar.
Lá em cima , o tapete azulado chorou, berrou e nada adiantou e nada adiantou. Finamente, tomou uma decisão:
- Assim não dá mais , vou me afastar da terra o máximo que puder.
Subiu , subiu o mais alto que pôde. Quando chegou lá no topo do mundo, sossegou:
- Aqui esta tão bom. Ninguém mais vai conseguir me furar. 
Todos os furos que as duas mulheres fizeram nunca mais fecharam. Os africanos dizem que esses furos podem ser vistos durante a noite : são as estrelas do céu.


Irene no Céu
(Autoria: Manuel Bandeira)
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença                                                                    2
Irene(Autoria: Caetano Veloso)
Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui
Eu não tenho nada, quero ver Irene rir
Quero ver Irene dar sua risada
Quero ver Irene dar sua risada
Irene ri, Irene ri, Irene
Irene ri, Irene ri, Irene
Quero ver Irene dar sua risada

sábado, 20 de agosto de 2011

UMA HISTÓRIA SOBRE RESPEITO E AMIZADE: A ÁRVORE GENEROSA


Do original de Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino
Era uma vez uma Árvore que amava um Menino. 
E todos os dias, o Menino vinha e juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei.
E com a Árvore, brincava de rei da floresta.
Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos!
Comia seus frutos.
E quando ficava cansado, o Menino repousava à sua sombra fresquinha.
O Menino amava a Árvore profundamente.
E a Árvore era feliz!
Mas o tempo passou e o Menino cresceu!
Um dia, o Menino veio e a Árvore disse:
"Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus
galhos, repousar à minha sombra e ser feliz!"
"Estou grande demais para brincar", o Menino
respondeu. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro.
Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade,
então terá o dinheiro e você será feliz!"
E assim o Menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e
levou-os embora.
E a Árvore ficou feliz!
Mas o Menino sumiu por muito tempo...
E a Árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o Menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a
sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu
tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz".
"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino.
"Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos, pra isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", a Árvore disse. "Mas corte meus
galhos, faça a sua casa e seja feliz."
O Menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os
embora pra fazer uma casa. 
E a Árvore ficou feliz!
O Menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no
dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "Venha brincar!"
"Estou velho para brincar", disse o Menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe.
Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", a Árvore disse.
"Viaje pra longe e seja feliz!"
O Menino cortou o tronco, fez um barco e viajou. 
E a Árvore ficou feliz, mas não muito!
Muito tempo depois, o Menino voltou. 
"Desculpe, Menino", a Árvore disse, "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o Menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", a Árvore disse.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", a Árvore disse.
"Estou muito cansado e já não sei subir", falou o Menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe
oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe..."
Já não quero muita coisa", disse o Menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."
"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria."
"Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar."
"Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o Menino fez. E a Árvore ficou feliz!


Postado por Maria Maranhão: Brincante, Cantante, Contadora, Arte-Educadora.